Dólar abre em queda com mercado atento a tom mais ameno de Trump sobre a China
13/10/2025
(Foto: Reprodução) 'Esse pesadelo longo e doloroso para israelenses e palestinos está terminado', diz Trump
O dólar inicia a sessão desta segunda-feira (13) em queda, recuando 0,48% por volta das 09h05, cotado a R$ 5,4782. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
A semana começa com os mercados atentos a novos desdobramentos políticos e econômicos que podem influenciar o cenário global. No Brasil, o foco está nas projeções do Boletim Focus, enquanto nos Estados Unidos, o clima é de tensão com a continuidade do shutdown e declarações de Trump sobre a China.
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▶️ No Brasil, o Boletim Focus foi divulgado pelo Banco Central às 8h30. O relatório mostra que a estimativa do mercado para a inflação neste ano caiu de 4,80% para 4,72%. Já as projeções da taxa básica de juros (Selic) e do PIB ficaram estáveis nesta semana, em 15% e 2,16%, respectivamente.
▶️ Nos EUA, o presidente Donald Trump afirmou no domingo que as tensões com a China “ficarão bem”, tentando amenizar o tom após ameaças de tarifas adicionais de 100% sobre importações chinesas. A declaração foi feita dois dias após o anúncio das novas medidas.
▶️ Ainda nos EUA, o 13º dia de paralisação do governo prossegue sem acordo entre democratas e republicanos. Na sexta-feira, a Casa Branca confirmou demissões em massa no funcionalismo público, afetando setores estratégicos.
▶️ Segundo autoridades, os cortes já atingem departamentos como Comércio, Educação, Energia, Segurança Interna, Saúde e Tesouro. Apenas no Departamento do Tesouro, sindicatos informaram que cerca de 1.300 demissões estão sendo preparadas.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +3,39%;
Acumulado do mês: +3,39%;
Acumulado do ano: -10,95%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -2,44%;
Acumulado do mês: -3,80%;
Acumulado do ano: +16,96%.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro reduziram as projeções de inflação para 2025 e mantiveram estáveis as estimativas para o próximo ano. As expectativas fazem parte do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central, com base em levantamento realizado com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, caiu de 4,80% para 4,72% em 2025. Apesar da queda, a taxa segue 0,22 ponto percentual acima do teto da meta, que é de 4,50%. Um mês atrás, a estimativa era de 4,83%.
A expectativa para a taxa básica de juros (Selic) no fim de 2025 permaneceu em 15% pela 16ª semana consecutiva, após o Copom manter os juros nesse patamar em setembro. Para 2024, a projeção segue em 12,25%.
Já a mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 foi mantida em 2,16% pela quinta semana seguida. Para o próximo ano, a estimativa também permaneceu estável, em 1,80%, pela quarta semana consecutiva.
Trump elogia Xi Jinping
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o líder chinês Xi Jinping, chamando-o de “um homem muito forte, muito inteligente” e um grande líder.
A declaração foi feita no domingo (12) a jornalistas a bordo do avião presidencial americano, o Força Aérea Um, durante a viagem de Trump ao Oriente Médio.
"Eu tenho um ótimo relacionamento com o presidente Xi, ele é um homem muito forte, ele é um homem muito inteligente. Ele é um grande líder", disse Trump.
Na sexta-feira (10), o presidente americano anunciou que imporá uma tarifa adicional de 100% contra a China a partir de 1º de novembro, em uma nova ofensiva comercial contra o país asiático.
A decisão veio poucas horas após o republicano criticar a iniciativa chinesa de restringir a exportação de elementos ligados às terras raras, materiais estratégicos para a indústria de tecnologia.
Durante a conversa com jornalistas no voo a Israel, o presidente destacou que as tarifas fortaleceram a economia americana e aumentaram o poder de negociação dos Estados Unidos.
“Estamos recebendo centenas de bilhões de dólares, não apenas da China, de outros países. Nos tornamos um país rico novamente, e as tarifas nos deram força diplomática, força de negociação. Acho que vamos ficar bem com a China”, disse Trump.
Nesta segunda-feira, Trump chegou a Israel enquanto a entrega dos reféns ocorria com intermédio da Cruz Vermelha. Neste momento, todos os 20 homens foram libertados. Israel também já libertou os 2 mil prisioneiros palestinos que estavam detidos.
O presidente dos EUA exaltou a libertação dos reféns como 'um triunfo incrível para Israel e para o mundo' e falou sobre o futuro da Faixa de Gaza no pós-guerra, ao dizer que quer ser um parceiro nos esforços para a reconstrução do território palestino, que terá o apoio de países árabes.
EUA em paralisação pelo 10º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao décimo dia nesta sexta-feira (10), após o Senado não conseguir aprovar um acordo na véspera. A proposta apresentada pelos republicanos para financiar o governo até 21 de novembro foi rejeitada, mantendo o impasse.
A votação terminou com 54 votos a favor e 45 contra, abaixo dos 60 necessários para superar a obstrução dos democratas, que seguem exigindo mudanças na política de saúde como condição para aprovar qualquer medida orçamentária.
O presidente Donald Trump reforçou as ameaças de cortar o que chamou de "programas democratas" caso a paralisação se prolongue.
"Vamos cortar alguns programas democratas muito populares que, francamente, não são populares entre os republicanos, porque é assim que funciona", afirmou. "Eles quiseram fazer isso, então vamos dar a eles um gostinho do próprio veneno."
Trump deve viajar ao Oriente Médio no domingo para participar da cerimônia de assinatura de um acordo de paz entre Israel e o Hamas. Ainda não está claro quanto tempo ele permanecerá na região.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos despencaram sexta-feira, após o presidente Donald Trump ameaçar um aumento expressivo nas tarifas sobre produtos chineses, reacendendo preocupações sobre uma nova guerra comercial.
A reação dos investidores interrompe uma semana que vinha sendo marcada por maior otimismo com a política monetária do país.
O índice Dow Jones recou 1,90% nesta sexta, aos 45.479,60 pontos. O S&P 500 recuou 2,71%, aos 6.552,50 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve queda de 3,56%, aos 22.204,43 pontos. O S&P e o Nasdaq sofreram suas maiores quedas percentuais em um único dia desde 10 de abril.
Os mercados europeus encerraram a semana em queda, pressionados pelas novas ameaças de Donald Trump à China. Por lá, os investidores também acompanharam a situação política na França, onde o impasse na escolha de um novo primeiro-ministro gerou preocupações sobre o impacto no crescimento econômico.
O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,25%, fechando a 564,16 pontos, na pior baixa intradiária em mais de um mês. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,86%, a 9.427,47 pontos. Em Frankfurt, o DAX perdeu 1,50%, a 24.241,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 1,53%, a 7.918,00 pontos.
Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 1,74%, a 42.047,50 pontos. Em Madri, o IBEX 35 recuou 0,69%, a 15.476,50 pontos, e em Lisboa, o PSI20 caiu 0,73%, a 8.169,87 pontos.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em queda, influenciados por tensões políticas e decisões comerciais que afetaram o clima entre os investidores. Na China, houve realização de lucros após o índice de Xangai atingir seu maior nível em dez anos.
No fechamento, os principais índices da região registraram quedas: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,94%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 1,97%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,73%, marcando sua quinta queda consecutiva.
Em Tóquio, o Nikkei caiu 1,01%. Já em Seul, o KOSPI subiu 1,73%. Em Cingapura, o Straits Times teve baixa de 0,24%, e em Sydney, o S&P/ASX 200 recuou 0,13%. O mercado de Taiwan permaneceu fechado.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters.